... estas tão perto e tão ausente!!!

Porque estas tão ausente pai? Eu quero-te sentir, desejo a tua presença, preciso de ti!
As lágrimas escorrem-me pela pele macia, os olhos começam ficar avermelhados, a mente não para de pensar e recordar da minha infância, do teu rosto, dos gestos, das alegrias e discussões. O passado parece estar tão presente, como se eu voltasse a reviver estes excertos da minha vida.
Quero ouvir a tua voz nem que seja por um minuto, preciso de olhar para os teus olhos transparentes, necessito de sentir-te PAI.
Desculpa-me pelas mágoas, pelos erros cometidos, por ser a pessoa que sou, desculpa-me por tudo!?
Esforço-me a ser exemplar, mas quanto mais tento mais enterro-me, mais fico longe de ser a melhor. Sou uma pessoa inútil, egoísta e distraída é o que tu sempre dizes ao meu respeito, mas já alguma vez pensaste que és tu que me fazes sentir assim!? Acho que não. É difícil acreditar se tu alguma vez pensas em mim, nos meus sentimentos...
Estou sentada na cama encostada a uma almofada fofinha com a janela semi-aberta a ouvir música mais ou menos triste e pensar em ti, pensar no meu pai que eu quase não tenho.
Eu dava tudo o que tenho nessa vida de valor só para voltar o tempo para trás. Gostava que nós voltássemos a ser uma família unida, uma família de verdade e não como agora. Preciso de recuar, necessito de voltar o tempo perdido.
Espero que ainda gostas de mim.
Amo-te para o todo sempre Pai.